Bem cervejeiro, antes de começarmos a analisar os “problemas” que influenciam diretamente numa baixa atenuação da sua cerveja, vamos entender o que é e como funciona a atenuação do mosto cervejeiro.
Assim, saiba que a atenuação é a redução do extrato inicial do mosto conforme as leveduras vão metabolizando os açucares presentes durante a fermentação e transformando-os em álcool e CO2.
E para se calcular essa atenuação, que chamamos de aparente, utiliza-se basicamente o extrato inicial e o extrato final aparente para nos dar uma indicação de como foi e/ou como está sendo a fermentação da nossa cerveja.
Todavia, compreenda também que existe uma atenuação real, a qual se leva em consideração o extrato final real obtido – tendo como base o conteúdo alcoólico, desempenho da levedura e açucares residual -, o qual influencia diretamente no equilíbrio da nossa cerveja.
E dentre os “mistérios” ligados a fermentação, o que deixa muitos cervejeiros de cabelo em pé, é sem dúvida a gravidade final (FG) da sua cerveja.
Não somente por sua definição ou entendimento, mas por ser uma das coisas mais árduas de atingimos no começo da nossa jornada cervejeira… Às vezes fica acima do esperado, outras vezes abaixo, mas dificilmente dentro do estimado.
Se você está enfrentando esses problemas e não sabe como resolver, agora você já pode se acalmar… =)
Afinal de contas, nesse post vamos analisar alguns fatores e erros que afetam diretamente a atenuação da sua cerveja e, claro, a como evitá-los.
Ao se falando de gravidade final, a famosa FG, é bom entendermos do que realmente ela é composta. Assim, observe que além do álcool e CO2 gerados durante a fermentação, quando ela chega ao fim, são deixados para trás açucares não fermentáveis (dextrinas), proteínas e algumas outras substâncias, que combinados, formam a FG da nossa cerveja – que também é responsável pela sensação de corpo do nosso precioso liquido.
Agora, é justamente aqui que muitos cervejeiros encontram suas maiores dores de cabeça: a baixa atenuação da cerveja.
Baixa Atenuação da Cerveja
“Poxa, a receita estimava uma FG de 1,009 e a fermentação se estabilizou numa FG de 1,022, por quê? Será que fiz alguma coisa errada?”
É bem provável que sim… Mas antes, é bom observarmos algumas questões…
Quando projetamos a nossa receita, seja com o auxílio de um software cervejeiro ou na mão, obtemos o valor que seria o estimado para a FG da nossa cerveja, sendo a taxa de atenuação da levedura uma das bases principais para esse cálculo.
Mas é justamente aqui que destaca-se o primeiro problema…
Porque, dentre os diversos fatores que norteiam a atenuação real da nossa cerveja, aqueles que vão realmente ditar as regras, além da atenuação da levedura, são: a composição do mosto, as condições de fermentação e a viabilidade da levedura.
(Pois é, acho bom já ir parando de botar a culpa toda somente nas leveduras, afinal de contas, podemos ser mais culpados do que elas…rs)
Com isso entendido, vamos analisar alguns “problemas” que contribuem diretamente para uma baixa atenuação da nossa cerveja.
Tipos de Malte
Antes de relacionarmos uma baixa atenuação simplesmente a uma má fermentação, é bom analisarmos um pouco a nossa receita, e para isso, o primeiro item é justamente os grãos utilizados.
Observe que maltes caramelos (Caraaroma, Carapils, Caramunich, Carahell, etc) contribuem para o aumento do corpo da nossa cerveja, o que consequentemente, favorece para uma FG mais elevada.
Portanto, na hora de escolher os maltes que irão compor sua receita cervejeira é bom não ultrapassar o percentual de 15-20% de malte caramelo do total de maltes da sua receita.
Temperatura de Mosturação e Calibração do Termômetro
Outra questão que influencia o percentual de atenuação do mosto é, sem dúvida, a temperatura da mosturação.
Como comento no post abaixo, as enzimas responsáveis pela conversão do amido contido no malte em açucares fermentação e não fermentáveis, são diretamente influenciadas pela temperatura a qual são expostas.
Brassagem: Como fazer essa importante etapa do processo
Desta forma, é importante observar que a beta-amilase, responsável pela conversão da maior parte do amido em açucares fermentáveis, tem sua melhor faixa de atuação entre 62 a 65ºC, onde acima dessa temperatura inicia-se seu processo de desnaturação gradual, o qual acontece mais rapidamente em temperatura próxima/acima de 70ºC.
Já em temperaturas mais elevadas, 67-80ºC, a conversão dos amidos fica a cargo da alfa-amilase, que em sua maioria, produz açucares mais complexo e não fermentáveis, que contribuem para o aumento do corpo da cerveja.
Assim, para a fabricação de um mosto mais fermentável é fundamental conduzir uma sacarificação numa temperatura entre 62-65ºC.
E por se falar em temperatura, vale sempre aferir se seu termômetro está medindo corretamente a temperatura, até porque, uma diferença de +/- 3ºC pode impactar grandemente no resultado do mosto fabricado e consequentemente na atenuação da sua cerveja.
Baixa Inoculação
Agora vamos começar a falar um pouco acerca da fermentação em si, e nada como iniciarmos falando sobre a taxa de inoculação.
Sabe aquela velha história que você provavelmente já ouviu por ai?
“Para 20 litros, basta 1 pacote de levedura se for Ale e 2 pacotes se Lager…”
Esqueça!
(É se você acompanha meus emails provavelmente já me viu pedindo para esquecer essa “fórmulas mágicas” outras vezes…rs)
A verdade é que não basta somente levar em consideração o tipo de cerveja e o volume, é necessário se atentar também a densidade do mosto fabricado. E com isso, o calculo não se torna tão simplista assim.
E para lhe trazer uma explicação mais ampla acerca de como calcular corretamente a taxa de inoculação e alguns fatores essenciais para a hora do inoculo, recomendo que você leia esse post:
Descubra Como Inocular Corretamente a Levedura
Portanto cervejeiro, uma inoculação correta de leveduras, irá te ajudar a garantir não somente uma atenuação adequada como também uma boa fermentação do seu mosto.
Ah! E procure sempre utilizar leveduras saudáveis, caso você não esteja confiante com a vitalidade do seu fermento recomendo comprar uma nova ou fazer um Starter.
Temperatura e Tempo de Fermentação
Em se tratando de fermentação e atenuação, não basta somente inocularmos uma quantidade adequada de leveduras, é fundamental que você crie um ambiente que seja favorável para o desenvolvimento e trabalho delas, onde para isso, você deve se atentar a dois aspectos: a temperatura e o tempo de fermentação.
Como explico no post sobre fermentação, o controle da temperatura é um dos fatores essenciais para uma boa fermentação, até porque, as leveduras são diretamente influenciadas/afetadas com a temperatura a qual são expostas, tal como, dar tempo suficiente para que elas concluam seu trabalho, afinal de contas, a fermentação é um processo biológico e acontecerá no tempo das leveduras e não no nosso ou o da receita que estamos seguindo.
Assim, para que você possa garantir uma boa fermentação e consequentemente atingir uma atenuação adequada, é fundamental que você conduza a fermentação numa temperatura controlada, sem muitas variações, e dando o tempo suficiente para que as leveduras cumpram seus trabalhos.
Medição da FG com Refratômetro
Pois é, a maioria dos casos de problema de atenuação que recebo, no final das contas, está relacionada com a medição da FG com o uso do refratômetro sem a aplicação da correção da leitura.
“Hã?”
Isso mesmo! Observe que a escala de leitura do refratômetro é constituída para a leitura de soluções formadas por água e açucares, onde a presença do álcool torna essa medição incerta, se fazendo necessário a correção dessa medição.
E para te ajudar na hora de fazer a correção da medição da densidade final com o uso do refratômetro, ao invés de fazer longos cálculos, você poderá utilizar a ferramenta abaixo:
– Corrigindo a Densidade Final Medida pelo Refratômetro
Possíveis Correções Para Uma Baixa Atenuação
Agora que já analisamos alguns fatores que podem influenciar numa baixa atenuação da sua cerveja, vamos observar algumas possíveis correções quando o problema pode estar relacionado à fermentação.
Suba a Temperatura do Fermentador
Uma das primeiras medidas que você poderá tomar quando notar que a fermentação está chegando ao fim e a FG está um pouco distante da estimada, é aumentar a temperatura do seu fermentador.
Ao aumentar a temperatura do fermentador, isso dentro dos limites recomendados para a levedura que você está utilizando, fará com que a atividade do fermento também aumente, contribuindo desta forma, para que a levedura possa concluir seu trabalho, isso, se caso ainda tenha açucares fermentáveis para serem consumidos.
Inocule mais Fermento
Nos casos onde se observa uma baixa inoculação e uma fermentação estagnada pode-se fazer a inoculação de mais leveduras.
Todavia, vale observar que não adianta simplesmente colocar mais fermento, até porque, a cerveja parcialmente fermentada não é um ambiente muito “legal” para as leveduras, pois, muito do oxigênio do mosto já foi consumido, os nutrientes já não são mais suficientes, existe a presença de álcool e a quantidade de açucares simples já baixou bastante. Assim, é recomendado que se faça a ativação prévia desse fermento e em seguida sua inoculação.
E uma atenuação acima do esperado?
Na contramão de uma baixa atenuação nós temos uma atenuação acima do esperado, que em muitos casos, pode indicar algum problema de contaminação ou o uso de alguma levedura super atenuativa, como a Belle Saison.
Nos casos onde se observar uma possível contaminação é importante rever todo seu processo de limpeza e sanitização, afinal de contas, todo o cuidado é pouco nessa etapa.
[BÔNUS] Teste o Poder de Fermentação do seu Mosto
Em muitos casos é imprescindível distinguirmos se um problema de baixa atenuação está relacionada a uma má fermentação ou a composição do mosto, e para tanto, você poderá fazer um teste de fermentação para saber a atenuação máxima do seu mosto.
Como vimos, a composição do mosto é um dos fatores essenciais que influenciará na atenuação da sua cerveja, e não adianta buscar uma correção na fermentação se o mosto não é tão fermentável assim.
Desta forma, procedendo com esse teste você poderá identificar o nível máximo de atenuação do seu mosto e, assim, prever o quanto realmente ele irá atenuar.
Afinal de contas, imagine que nesse teste a atenuação chegue no máximo a 1,022, mesmo que você “torça” a sua cerveja não vai baixar para 1,009 como a receita estimou.
Dito isso, para você executar esse teste basta proceder da seguinte forma:
– Separe uma quantidade acima de 250 ml (sugiro essa quantidade para que você possa depois aferir a densidade com um densímetro) de mosto num recipiente devidamente limpo e sanitizado, pode ser um erlenmeyer ou uma garrafa pet, por exemplo;
– Faça a inoculação de uma pequena quantidade de levedura, que para tanto, ao adicionar a levedura no mosto/fermentador basta deixar um “pouquinho” no recipiente e depois utilizá-la para esse teste;
– Tampe com um pedaço de papel alumínio e deixe fermentando numa temperatura acima de 20ºC;
– Ocasionalmente é bom agitar um pouco a amostra para que o fermento se mantenha em suspensão.
Dessa forma, a fermentação irá ocorrer em 1 ou 2 dias dependendo da temperatura e gravidade do mosto e, em seguida, você poderá medir a densidade final alvo que seu mosto chegou.
Pronto, cervejeiro, agora você já poderá analisar e tomar os devidos cuidados para atingir a densidade final pretendida para a sua cerveja.
Forte abraço, cheers!
Ah! Não se esqueça de deixar suas dúvidas ou comentários.
Como sempre, dicas muito legais, obrigado!!
Mais um excelente post!
Olá
Fiz uma brassagem weiss, mas a OG ficou com 1.040 , o estimado era 1.057. O que pode acontecer ?
Olá Luis,
Normalmente essa diferença está intimamente ligada a eficiência do seu processo, ou seja, ao seguirmos a risca uma determinada receita a eficiência do equipamento usado para a criação da receita, as perdas calculadas no processo (espaço morto nas panelas, taxa de evaporação na fervura, perda por trub, etc), em muitos casos, são diferentes da do nosso, o que acaba resultando num volume, OG e algumas características bem diferentes.
Assim, é sempre importante adaptar a receita a realidade do seu equipamento, para que desta forma, as diferenças sejam reduzidas.
Forte abraço e ótimas cervejas.
Boa noite!
Parabéns David esse é o melhor de todos os sites q ja consultei sobre cerveja. Bom meu problema é o seguinte, conheci esse mundo de cervejas artesanais somente a dois anos por entermedio de uma amigo q é um grande brewer e agora q comecei e estou na minha 2° brassagem tenho um problema com atenuação e tbm com carbonatação primeiro fiz uma weiss q ficou parecendo coca quente qndo abria e chegou estourar uma garrafa e agora brassei uma Oatmeal Stout e estou com mesmo problema fiz priming de 6g/l nas duas brassagens, engarrafei no sabado essa Stout e pra minha surpresa esta exatamente igual a weiss, tirei mais amostra pensando q nao tinha deixado atenuar o bastante, fiz fermentação secundaria a 23° subindo a temp. gradativa e tbm maturei em 2° baixando a temp. gradativamente…ufaa..rrss.. e depois de livro q te escrevi oq vc acha, pode me ajudar???
Olá Thiagão,
Muito obrigado! Fico bastante contente em saber que está aprendendo bastante com o Condado da Cerveja =)
Bem, vamos a algumas perguntas para tentar descobrir o grande culpado (rsrs):
Você deixou fermentando por quantos dias? E qual foi a FG da sua cerveja?
Você notou essa supercarbonatação em outras garrafas dessa leva?
E uma outra coisa, faça um pequeno teste e me conta:
– Abra uma dessas Stout, tire todo o CO2 e faça a medição da densidade dela com um densimetro.
Acho que com as respostas dessas perguntas vamos chegar num culpado..rs
Forte abraço e ótimas cervejas.
Bom David, a minha Stout ficou um pouco fora do padrao do B.S. os valores eram de OG 1057 e FG 1017, ela ficou com OG 1063 e FG 1025.
A fermentação primaria foi de 5 dias e fiz mais 4 de secundaria estou percebendo uma maior carbonatação nas long necks, já nas de 600 esta mais aceitavel mais mesmo assim acho q ficou um pouco demais.
Quanto ao teste vou fazer e te falo abcos..
Entendi Thiagão.
Bem, a diferença de carbonatação entre algumas garrafas pode estar relacionada a uma falta de homogeneização do priming, o que pode deixar algumas garrafas com mais açucares do que outras.
Quanto a fermentação, a atenuação se estabilizou nesses 5 dias ou você apenas contou esse tempo e partiu para a secundária?
Forte abraço e no aguardo do teste…
Boa tarde, gostaria da sua ajuda, fiz uma Pale Ale e dividi a receita de 20 litros em duas de 10 litros, só que usei metade do envelope da levedura já que a receita para 20 litros mandava usar um envelope inteiro 11,5 g. Depois de 5 dias não notei nenhuma atividade no airlock, mas tirei uma amostra do mostro e ja esta com uma gravidade de 1.020, Oque devo fazer? Colocar o restante do fermento agora que ja passaram 5 dias? Já aumentei a temperatura da geladeira para 22 º. outra duvida estou usando um balde para 22 litros para os 10 litros de mostro isso pode ter prejudicado a fermentação? Se puder me ajudar agradeço antecipadamente.
Olá Paulo,
Na verdade, não tem problema nenhum em se utilizar um balde maior que o tamanho da leva, até porque, com o andar da fermentação o CO2 gerado irá preencher esse espaço vazio, e com isso, expulsar qualquer oxigênio que estiver nesse lugar. Todavia, isso traz uma questão interessante, pois como haverá bastante espaço para o CO2 se acomodar é normal que não se observe uma movimentação intensa no airlock realmente.
Outro ponto é quanto a quantidade de levedura utilizada, pois mesmo a receita estipulando uma quantidade x é interessante sempre observar e calcular a quantidade de levedura baseada nesse post para evitar se fazer uma inoculação insuficiente ou acima do recomendado.
E no caso de uma baixa inoculação, é muito comum haver um atraso realmente na fermentação, assim como, uma atenuação mais baixa, no entanto, vale salientar que como a fermentação é um processo biológico não existe um tempo finito, ou seja, ela poderá sim demorar mais que 5 dias para se concluir.
Dito isso, o primeiro passo é justamente aumentar um pouco a temperatura de fermentação e aguardar por mais alguns dias para verificar se atenua mais um pouco.
Forte abraço e ótimas cervejas.
boa tarde estou com uma blond ale já no fermentador a 7 dias fui fazer o teste de densidade e deu 1010, o que posso fazer?
Olá Rafael,
Como a fermentação é um processo biológico e inúmeros fatores podem influenciar no seu tempo, é sempre bom salientarmos que o tempo dessa etapa pode ser maior que 7 dias ou do estipulado na receita, assim, o melhor a se fazer nesse caso – onde digamos que a FG esperada não seja essa – é aumentar um pouco a temperatura de fermentação e aguardar por mais alguns dias para ver se não vai baixar mais.
Forte abraço e ótimas cervejas.
obrigado pela aula, explorou todas as possibilidades para FG inesperada
Olá Tiago,
Eu que agradeço por você fazer parte do Condado da Cerveja 😀
Forte abraço e ótimas cervejas.
Oi David. Parabéns pelo ótimo post.
Acabei de fazer a minha terceira brassagem, pelo sistema Biab. Fiz uma pale, depois uma red e agor outra pale. Está indo para o balde fermentador em média 14 litros, sendo que o balde é de 22 l. O estranho é que em nenhuma das três brassagens houve atividade ni airlock. Eu usei sempre um pacotinho de levedura. Só que a fermentação ocorreu e as cervejas ficaram surpreendentemente boas. Como explicar a falta de atividade do airlock ? Abraço
Olá Jaime,
Como o headspace dentro desse balde ficou bastante grande é normal o airlock ter uma atividade bem menor, pois todo esse espaço acima do liquido será preenchido pelo CO2 gerado e, com isso, a expulsão dele se torna bem mais lenta mesmo.
Outra questão que você poderá verificar é quanto a vedação do balde, pois se não estiver bem vedado o CO2 pode estar escapando por alguma fresta.
Forte abraço e ótimas cervejas.
Salve Mestre David !!!
Qual otempo máximo que poderia demorar uma fermentação.
Fiz uma Kolscho que fementou 20 dias. 20 dias de atividade no airlock
a Densidade está estaabilizada.
Estou maturando para envasar.
achei que está com paladar meiop de lavada.
Não tem muito gosto.
Será que na carbomnatação poderá melhorar?
20 dias, é comum?
que poderá ter havido?
Saudações,
até
Andrade
Olá José,
Quando falamos em fermentação é interessante observar, a princípio, que a fermentação não tem um tempo exata para acontecer e pode, dependendo dos casos, demorar um pouco sim. Até porque, como a fermentação é um processo biológico inúmeros fatores podem influenciar nesse tempo, inclusive, a quantidade de levedura inoculada, a densidade do mosto, temperatura de fermentação.
Quanto a carbonatação, ela irá favorecer a percepção de corpo da sua cerveja, todavia, não modificará os sabores dela.
Forte abraço e ótimas cervejas.
Muito obrigado por esse post, eu estou terminando a fermentação da minha primeira brassagem(uma Irish Red Ale) e estava ficando preocupado porque minha atenuação parou em 1.026 (A densidade do mosto começou em 1.051 – 1.052) e devia estar algo em torno de 1.010 – 1.014… Apesar da fermentação ainda estar ocorrendo essa já era a segunda medição com esses valores. E de fato eu estava medindo a FG usando um refratômetro haha. Foi só usar a ferramenta de conversão que o resultado real apareceu. Seu post me ajudou muito. Obrigado.
Olá Ramon,
Primeiramente, meus parabéns pela sua primeira brassagem 😀
Que ótimo! Fico bastante contente em saber que esse post te ajudou a sanar essa tua questão com o refratômetro e atenuação da sua cerveja.
Forte abraço e ótimas cervejas.
Olá cervejeiro , tudo bem ?
Rapaz vou te contar O que esta acontecendo !
Fiz uma american lager bateu 11brix , ai eu usei uma levedura que pela data da fabricação estava com uma baixa viabilidade cerca de 40 a 45 % , sendo que o frasco tem 200 bi de células. Então fiz la meus 46 litros de mosto , segui uma recomendação de inoculação do fabricante , e fiquei ate espantando , pois 30 minutos depois o airlock já estava borbulhando ,mas depois de 2 dias , parou a atenuação , dei umas chacoalhadas no fermentador e subi a temperatura voltou a borbulhar novamente , mas depois de mais um dia parou novamente.
Esta em 8.9 brix , era pra chegar no 6.4 ou 6.2 mesmo com a correção não está batendo a fg , atenuou muito pouco , o que eu posso fazer ? Inocular mais levedura , abandonar , jogar fora e fazer outra , cara não sei o que fazer ! Essa é minha 8° brassagem sendo a 3° lager e não tive problemas com nem uma .
Estou desesperado.
Ah usei malte pilsen 9,200 e 800 gr de melanoidina e Mosturei a 63c .
Olá Fabiano, estou ótimo e você?
Pois é, fazer a inoculação de frasco com uma viabilidade baixa da levedura – sem proceder com o starter antes – é tipo como jogar na loteria meu caro, rs.
E mais indicado nesse caso, é você proceder da seguinte forma:
Separe um pouco desse mosto num recipiente devidamente sanitizado e deixar por 2 dias em temperatura ambiente para ver se irá atenuar mais um pouco.
Caso atenue, faça uma nova inoculação diretamente no fermentador com uma levedura devidamente startada e de acordo com as atuais condições do mosto, pois ainda se tem açucares fermentáveis presentes nele.
Caso contrário, a atenuação realmente chegou ao fim.
E se realmente a atenuação chegou ao fim, o problema estar em outra etapa do processo.
Forte abraço e ótimas cervejas.
Muito obrigado David Silva, vou seguir a sua dica pra ver oque o que consigo obter !
Valeu abraço .
David Silva , boa tarde
rapaz e nao é que por acaso agora de tarde , por volta 16:10 eu apreensivo que estava fui medir a og da american lager, e pra minha surpresa esta baixando, ontem a a noite quando eu medi estava 8,9 brio , e agora nessa nova medição esta com 8,5 , sei que esta devagar mas esta atenuando rapaz , lembrando que eu brassei no sábado dia 18, eu sei que minhas Ales todas terminaram de atenuar com 7 dias , ate agora não passou disto . mas essa é uma lager qual seria o tempo de fermentação em geral das lager 15 dias ?
mas enfim , voltei a ter esperança . vc recomenda jogar outro frasco de fermento da mesma forma david ?
ah e muito obrigado pela sua atenção !
Poxa que ótimo, Fabiano.
Pois é, as lagers tendem a demorar um pouco mais para concluírem a fermentação em comparação ao ales, contudo, vale ressaltar que como a fermentação é um processo biológico e que inúmeros fatores influenciam essa etapa do processo, o tempo de fermentação pode realmente demorar mais que o planejado.
Assim, como a fermentação está ocorrendo, lenta mais ocorrendo rs, recomendo que você aumente um pouco a temperatura do fermentador – tomando cuidado para não ultrapassar o limite recomendado para o estilo – e aguarde mais alguns dias para ver o quanto mais atenua. 🙂
Forte abraço e ótimas cervejas.
David , obrigado pela dica e dispor do seu tempo !
vou comprar esse seu livro, pelos tópicos vi que existe sacadas muito úteis pra nos cervejeiros caseiros. que vai sempre naquela “o fulano falou , o ciclano disse… e na maioria das vezes não tem base alguma !
abraço !
🙂
David, boa noite.
Muito legal seu site, realmente varias dicas boas.
Eu fiz uma receita de 10 litros de uma brown ale há dois dias atras.
A OG inicial era de 1041 e a final prevista de 1009, maa nesses doia dias ela chegou a 1010, medido hoje.
Não tive problemas de contaminação, há algum motivo para ela chegar tão rapido? Estou mantendo na temperatura controlada.
Fala Rodrigo!
Nesse caso, existem algumas frentes que você poderá observar para analisar o que pode ter acontecido, eu recomendo você fazer uma avaliação dos três pontos abaixo, para começar essa “investigação”, rs:
– Quantidade de levedura: uma quantidade de inóculo maior que a recomendada pode fazer com o mosto seja fermentado bem mais rápido.
– Tipo de Levedura: algumas leveduras tem um perfil de fermentação mais, digamos, voraz (rs).
– Temperatura de Fermentação: temperaturas mais altas de fermentação também tendem a acelerar esse processo, por exemplo, acima de 26ºC.
Dito isso, procure avaliar cada um desses pontos. Se quiser, me passa os valores referente a quantidade de levedura inoculada, tipo de levedura e temperatura de fermentação que te ajudo nessa empreitada. 🙂
Muito obrigado, Cervejeiro, pelo apoio.
Forte abraço e ótimas cervejas.