A carbonatação da cerveja é uma das importantes etapas do processe de fabricação da cerveja.
Mesmo não sendo uma das etapas mais difíceis do processo, ainda assim, a carbonatação possui detalhes essenciais que fazem toda a diferença na qualidade da sua cerveja, até porque…
Para você conduzir com eficácia essa etapa do processo de fabricação da sua cerveja, é fundamental que você observe alguns cuidados cruciais…
Afinal, basta um pequeno descuido durante a carbonatação, principalmente na carbonatação por priming da cerveja, para que se obtenha uma cerveja longe da esperada.
Mas pode ficar tranquilo, porque nesse conteúdo você irá encontrar os detalhes fundamentais de como conduzir corretamente a carbonatação da sua cerveja. 🙂
E aí preparado? Então continue lendo esse artigo e descubra como carbonatar corretamente a sua cerveja…
Aqui está o que você irá descobrir nesse conteúdo:
Para começar, vamos dar uma olhada em algumas questões importantes por nos nortearmos aqui…
O que é a Carbonatação da Cerveja?
Basicamente, a carbonatação da cerveja é uma etapa do processo de fabricação que consiste em adicionar uma quantidade extra de CO2 (dióxido de carbono) a sua cerveja.
Esse procedimento possui três objetivos fundamentais: tornar sua cerveja gaseificada, contribuir para o perfil sensorial dela e auxiliar na formação da espuma.
Além disso, vale ressaltar que a carbonatação também ajuda na redução da proliferação de bactérias, o que contribui para o tempo de validade da cerveja.
Agora, se você já leu o artigo sobre fermentação, sabe que durante a fermentação, além de álcool, também é gerado CO2, porém, ao longo dessa etapa do processo, esse CO2 acaba se dissipando, permanecendo apenas, uma pequena quantidade.
Sendo desse modo, essencial que se adicione um pouco mais de CO2 posteriormente, para que a cerveja atinja um perfil adequado de carbonatação.
Afinal, cada estilo de cerveja pede um nível de carbonatação diferente, uns mais carbonatados outros menos.
Inclusive, mais adiante nesse artigo você poderá consultar uma tabela interessante para se nortear nesse ponto.
Portanto, a carbonatação da cerveja é uma etapa fundamental para que ela complete seu perfil de aroma e sabores, além do seu colarinho.
Ah! E por se falar colarinho…
Saiba que a espuma, ou colarinho, é de extrema importância para sua cerveja, pois, além de preservar os aromas e sabores da sua bebida no copo, também cumpre um importante papel como isolante térmico.
Com a definição da importância da carbonatação para a cerveja, talvez você possa estar se perguntando…
Como Funciona a Carbonatação da Cerveja?
Sei que para alguns o funcionamento da carbonatação pode parecer um tanto quanto complexo, principalmente ao se falar em como suas reações químicas acontecem…
Contudo, para simplificar esse processo, entenda que a carbonatação da cerveja ocorre com a dissolução do dióxido de carbono (famoso CO2) na água (H2O), gerando assim o ácido carbônico (H2CO3), o grande protagonista daquelas bolhas observadas no copo.
Porém, como essa última substância, o ácido carbônico, se decompõem muito facilmente, acaba tornando a separar o CO2 e a água.
E é justamente esse procedimento todo que faz com que as características da cerveja (cor, aroma, sabor, textura) possam ser percebidas por nossos sentidos.
Dito isso, perceba que a adição extra de CO2 na cerveja pode ser feita de diferentes modos…
Sendo o priming e a carbonatação forçada os dois métodos mais utilizados na fabricação caseira de cerveja.
E por conta do priming ser um dos métodos de carbonatação da cerveja mais simples e barato, acaba sendo um dos mais usados por cervejeiros caseiro, por isso, nesse artigo você irá aprender em detalhes como efetuar corretamente a carbonatação por priming da sua cerveja.
Sem mais delongas…
Como Fazer a Carbonatação da Cerveja por Priming
O priming consiste, de forma bem sucinta, no processo de adição de uma quantidade extra de açúcares fermentáveis na cerveja para que as leveduras residuais iniciem uma breve fermentação na garrafa…
Onde dessa forma, acaba por gerar uma quantidade extra de CO2 que, posteriormente, se incorpora a cerveja, deixando-a assim carbonatada.
Veja, essa adição extra de açúcares é um procedimento bastante simples e pode ser feito tanto adicionando-o diretamente na garrafa como misturando-o na cerveja com a ajuda de um balde auxiliar.
E antes de você ver em detalhes como fazer a carbonatação da sua cerveja por priming, deixa eu te explicar melhor alguns pontos…
O que é o Priming da Cerveja?
Essencialmente o priming da cerveja é nada mais do que uma segunda fermentação, por isso ele também pode ser chamado de refermentação.
Aqui, como vimos, adiciona-se um pouco mais de açúcar à cerveja pouco antes do envase…
Para que dessa forma, as leveduras que ainda estão presentes na cerveja, façam uma nova e breve fermentação dentro da garrafa.
Ah! E no post abaixo você aprende um pouco mais sobre como conduzir a fermentação da sua cerveja:
Como Conduzir Corretamente a Fermentação da Cerveja
Só que diferente de como foi durante a fermentação, onde uma boa parte do CO2 foi dissipado, aqui esse novo CO2 produzido ficará contido na garrafa para, posteriormente, se incorporar na cerveja.
E vale ressaltar um outro ponto importante aqui…
Entenda que, assim como na fermentação, além do CO2, as leveduras durante a refermentação também produzirão álcool, o que irá contribuir para um pequeno aumento do teor alcoólico da sua cerveja – algo numa média aproximada de +0,2% do volume de álcool.
Agora…
Quanto Tempo Demora o Priming?
De uma forma geral, um tempo médio para a conclusão do priming é de 7 a 15 dias.
Particularmente, sempre indico um tempo mínimo de 15 dias para se aguardar, isso porque, o tempo para a conclusão do priming pode variar por diversos motivos…
Afinal, como a refermentação irá percorrer todas as fases de fermentação, quem vai ditar as regras aqui são as leveduras.
Assim, dependendo de como foi a qualidade da fermentação, tempo de maturação e a clarificação a frio da sua cerveja muitas dessas leveduras podem chegar na etapa do priming um tanto quanto estressadas e/ou numa quantidade viável baixa…
O que acaba por influenciar nesse tempo.
Só para você ter uma ideia, já tive levas que concluíram a refermentação em 7 dias, outras com 15 e algumas somente após 20 dias.
Portanto, tenha em mente que esse tempo poderá ser um pouco maior que a média citada acima, principalmente se a qualidade da sua fermentação não foi tão boa assim.
Mas de qualquer forma, um mínimo de 15 dias é um tempo adequado para a maioria dos casos.
Claro, caso esteja um tanto quanto ansioso para ver seus resultados, experimente uma garrafa de teste uma semana após o envase para ver como está.
Posto isso, vamos observar outro ponto importante para a etapa do priming…
Qual a Temperatura Ideal para o Priming da Cerveja?
Como as leveduras são diretamente influenciadas pela temperatura a qual são expostas, uma temperatura ideal para o priming é se basear na temperatura mais alta da fermentação da sua cerveja.
Com disso, vale ressaltar que temperaturas muito baixas, como, por exemplo, dentro da geladeira, tendem a fazer com as leveduras “adormeçam” e decantem para o fundo da garrafa, não completando assim a refermentação.
Dessa forma, você poderá usar como indicativo a temperatura máxima que sua fermentação chegou, por exemplo, se foi de 16ºC, mantenha nessa temperatura durante a fase do priming. Se foi 25ºC, mantenha nessa.
Contudo, saiba que isso seria a temperatura ideal para se nortear, não necessariamente, uma regra.
Até porque, em muitos casos, acaba sendo um tanto quanto difícil para se controlar a temperatura nessa fase.
Assim, entenda que é tranquilamente possível conduzir o priming em temperatura ambiente, mas, evite temperaturas muito elevadas (acima de 30ºC, por exemplo) e/ou variações constantes de temperatura.
E aqui cabe uma observação interessante…
Como menciono no meu livro Da Cevada ao Copo: O Guia Completo Para Fazer Sua Cerveja em Casa, quanto maior a temperatura, seja durante a refermentação ou no armazenamento da sua cerveja pronta…
Mais rapidamente ocorrerá a diminuição do seu frescor, assim como, algumas reações indesejáveis.
Portanto, as condições gerais do estilo e os objetivos que você está buscando vão influenciar diretamente se o priming será conduzido em temperatura controlada ou em temperatura ambiente.
Afinal, se for um estilo que se deve beber “jovem”, acho arriscado submetê-lo a temperaturas muito altas na refermentação.
Com essas questões esclarecidas, vamos agora para uma parte mais prática disso tudo…
Como Fazer a Solução do Priming para a Carbonatação da Cerveja
Para se fazer o priming é bastante simples, resumidamente vamos seguir as seguintes etapas: definir o nível de carbonatação da cerveja, preparar a solução açucarada para o priming e adicionar isso a cerveja.
E antes de iniciarmos com o preparo do priming em si, é preciso definirmos qual o açúcar que será utilizado, assim como, o nível de carbonatação desejado…
Para esclarecer o primeiro ponto…
Qual Açúcar Posso Utilizar no Priming?
Para o priming você poderá utilizar diferentes tipos de açúcares, tais como: açúcar refinado, açúcar mascavo, xarope de milho, extrato de malte, etc.
Observe que cada um desses açucares podem influenciar de uma forma diferente as características da sua cerveja, pois alguns tipos tendem a ser mais neutros, ou seja, não influenciando tanto no resultado final da cerveja…
Enquanto outros, podem adicionar novas características a cerveja pronta, seja no aumento da cor, sabor, etc.
Desse modo, uma vez que o açúcar de cana refinado é um dos mais fáceis de se encontrar, além de possuir características bem neutras e uma excepcional fermentabilidade – chegando a quase 100% do seu extrato – acaba sendo o mais utilizado para se fazer a solução para priming.
Agora, vamos entender…
Como Calcular o Priming da Cerveja?
Veja, caso você esteja começando, é importante considerar a simplificação desse processo.
Assim, utilizar uma faixa entre 4-8 gramas de açúcar comum por litro de cerveja é um ótimo ponto de partida.
E para você definir qual será a quantidade ideal de açúcares para o priming da sua cerveja, você poderá se basear no nível de carbonatação desejado para ela, conforme as recomendações a seguir:
– Baixa Carbonatação: 4g de açúcar por litro;
– Média Carbonatação: 5-6g/l;
– Alta Carbonatação: 7-8g/l.
Contudo, uma vez caso você já tenha uma certa experiência com o priming, recomendo que você comece a calcular a quantidade de açúcares para o priming conforme a leva que está sendo produzida…
Pois, ao se calcular a quantidade ideal de açucares para o priming você conseguirá ter um controle maior do nível de carbonatação da sua cerveja, além de conseguir atingir um nível de carbonatação mais adequado para o estilo que você está produzindo.
Dessa forma, é essencial, para esse cálculo, que você observe alguns pontos, tais como: a quantidade residual de CO2 em sua cerveja e o volume de CO2 desejado para ela.
Abaixo você poderá encontrar uma breve tabela com o volume de CO2 adequado para alguns tipos e estilos de cerveja:
Tabela de Nível de Carbonatação (CO2) por Estilos
| ESTILO DE CERVEJA | VOLUME DE CO2 |
|---|---|
| Ales Inglesas | 1,5 – 2,0 |
| Porter, stout | 1,7 – 2,3 |
| Ales belgas em geral | 1,9 – 2,4 |
| Lagers em geral | 2,2 – 2,7 |
| Ales Americanas | 2,2 – 2,7 |
| Lambics | 2,4 – 2,8 |
| Lambics com frutas | 3,0 – 4,5 |
| Cervejas de Trigo | 3,3 – 4,5 |
Para facilitar a sua jornada cervejeira, separei para você uma tabela completa com os estilos e os níveis médios de carbonatação para cada um deles…
Portanto, clique no botão abaixo e faça o download dessa tabela completa:
E para te auxiliar nesse cálculo você poderá utilizar uma ferramenta, como essa, pois ela já estima a quantidade residual de CO2 da sua cerveja e informa o volume de CO2 mais adequado para cada estilo que você está produzindo.
Com essa parte esclarecida, vamos agora dar uma olhada em como preparar a solução para o priming da sua cerveja…
Preparando e Adicionando a Solução para o Priming da Sua Cerveja
Para se fazer a solução para o priming, ou açúcar invertido como também é chamado, é bastante simples…
Basta verificar a quantidade de açúcar a ser utilizada em g/L, conforme o nível de carbonatação desejado (baixa, média ou alta)…
Multiplicar esse valor pela quantidade em litros de cerveja que será engarrafada – nesse caso é importante descontar a quantidade que ficará no espaço perdido do fermentador/maturador…
Adicionar 3x esse valor em água e levar ao fogo para ferver por aproximadamente 5 minutos.
Vamos observar, num exemplo, como tudo isso é feito:
Digamos que você tenha 19 litros de cerveja (já descontando a perda do fermentador/maturador) para ser engarrafada e deseja utilizar cerca de 7g de açúcar comum para cada litro de cerveja, assim…
– O primeiro passo é multiplicar essas 7g por 19l, que nos dá um total de 133g de açúcar.
– Agora, basta você adicionar os 133g de açúcar numa panela…
– Acrescentar 3x essa quantidade de açúcar de água, ou seja, 399ml de água…
– Mexer por alguns segundos para dissolver o açúcar…
– E, em seguida, levar ao fogo e deixar ferver por 5 minutos.
Pronto, seu açúcar invertido para o priming está preparado!
Agora, deixe esfriar, para em seguida, adicioná-lo a sua cerveja, como veremos a seguir…
Adicionando a Solução do Priming à Cerveja
Para adicionar essa solução a cerveja, você poderá fazê-la de duas formas: com um balde auxiliar ou diretamente nas garrafas com uma seringa.
Utilizando um Balde Auxiliar
Na adição da solução do primng a cerveja com o ajuda de um balde auxiliar, basta fazer a adição dessa solução diretamente no balde que irá te auxiliar durante o envase, lembrando que ele deve estar devidamente limpo e sanitizado.
E, em seguida, comece a transferência da cerveja para esse balde.
O ideal é que a transferência seja feita com o auxílio de uma mangueira atóxica acoplada na torneira do fermentador/maturador, que levará lentamente a cerveja pronta para o fundo do balde auxiliar, evitando assim, uma possível aeração e futura oxidação da sua cerveja.
Após a transferência, mexa lentamente com uma colher devidamente sanitizada, para garantir a homogeneização da solução na cerveja e, em seguida, inicie o envase.
Adicionando a Solução Diretamente na Garrafa
Já para o caso de se fazer a adição da solução do priming diretamente na garrafa, você poderá fazê-la utilizando uma seringa, que deve estar devidamente sanitizada.
E você poderá proceder da seguinte forma….
O primeiro passo será calcular a quantidade da solução para o priming que deverá ser adicionada em cada uma das garrafas, que para tanto, você poderá utilizar a seguinte fórmula:
Solução por Garrafa = (solução para o priming em ml * volume da garrafa em ml) / quantidade de cerveja a ser envasada em ml
Usando o nosso exemplo anterior, vamos supor que para o envase dos 19 litros de cerveja você deseja utilizar garrafas de 600ml.
Desse modo, como a solução para o priming ficou em aproximadamente 399ml, aplicando esses valores a fórmula, ficaria assim:
Solução por Garrafa = (399 * 600) / 19000
Solução por Garrafa = 239400 / 19000
Solução por Garrafa = 12,6 ml
Ou seja, nesse exemplo, para cada garrafa de 600ml se adicionaria cerca de 12,6 ml da solução para o priming.
Simples, né?
Mas esse artigo ainda não acabou! Abaixo separei algumas dicas importantes para você se atentar nessa etapa…
Dicas importantes na hora de se fazer o Priming da Sua Cerveja
– Antes de engarrafar sua cerveja, tenha certeza que sua fermentação se completou. Caso tenha alguma dúvida, vale dar uma conferida em nosso artigo sobre o processo de fermentação;
– Não arrisque adicionar uma quantidade acima do indicado de açúcar, principalmente se você não tiver certeza do que está fazendo;
– Utilize garrafas em bom estado de conservação, sem quaisquer “trincados”.
Tá, mas por que dessas recomendações?
Porque talvez você não queira criar algumas bombas caseira, certo? Rsrs
Se atente para o fato de que o CO2 gerado durante a refermentação criará uma pressão no interior da garrafa, e que, caso seja adicionado uma quantidade acima do indicado de açúcar, a quantidade de CO2 a ser gerada será maior que a suportada pela garrafa, podendo assim, causar sua explosão.
E esse mesmo princípio se aplica quanto ao envase de uma cerveja que não terminou a fermentação, pois os açúcares residuais do mosto + os adicionados no priming produzirão uma quantidade excessiva de CO2.
Mas não tenha medo! Basta seguir as recomendações desse artigo que tudo correrá bem, rs.
Ah! Caso você não esteja 100% seguro do priming da sua cerveja, é altamente aconselhável, principalmente se o envase foi feito em garrafas de vidro, que se mantenha essas garrafas longe da circulação de pessoas ou animais domésticos, afinal, quando há uma explosão ela é um tanto quanto feia.
Conclusão
Como você pôde notar, a carbonatação da sua cerveja vai muito além de simplesmente deixá-la gaseificada.
As contribuições dessa etapa para o perfil sensorial e formação da espuma de sua cerveja são essenciais para a qualidade dela.
Espero que você tenha gostado desse conteúdo. Caso tenha alguma dúvida, só deixar nos comentários.
Bom, Cervejeiro, até a próxima… 🙂
Olá David,
Tenho apenas uma dúvida quanto ao preparo do primming, gostaria de saber se para a quantidade de água, 3x a massa de açúcar, já esta considerando perda por evaporação, ou devo considerar na hora de adicionar água a panela?
Olá Rafael,
Já sim, sem contar que a quantidade de água que vai evaporar durante a fervura não será tanta.
Forte abraço e ótimas cervejas.
Opa, Obrigado David,
perguntei pois em uma leva fiz a adição por garrafa e não considerei a água que evapora e com isso faltou solução para algumas garrafas, porém como mudei o método, fazendo agora a adição do primming em outro balde para depois envasar, acredito que não terei mais esse problema, obrigado pela dica,
Abraço e boas levas!
Boa Tarde David, parabéns pelo seu trabalho, o conteúdo é sempre muito útil.
Envasei minha primeira leva de cerveja(viva!!!) e utilizei esse post para calcular o priming.
Como não tinha certeza da quantidade de cerveja que eu tinha no fermentador(entre 8 e 10 litros) apliquei a fórmula para 15 litros, uma vez que eu iria aplicar o priming na garrafa com a ajuda de uma seringa.
Então eu calculei:
6g * 15 = 90g de açúcar
90g * 3 = 270 ml de água
com a regra de 3 calculei 5,94ml de priming por garrafa de 330ml. (270*330/15000)
Envasei 29 garrafas de 330ml(em torno de 9.5 litros).
A questão é que ao final das 29 garrafas eu tinha priming pra envasar só mais umas 4 ou 5 garrafas, quando ainda deveria ter sobrado para pelo menos mais 15 garrafas.
O meu medo é ter colocado +/- 80 gramas de açúcar em menos de 10 litros de cerveja.
Em 12 dias de fermentação o manômetro está em 2.8kgf e não parece estar diminuindo a atividade…
Onde eu posso ter errado? não consigo entender aonde foi parar o resto da água. Pensei que pudesse ter fervido demais, em torno de 8 minutos, mas não acho que iria evaporar tanto assim…
Me dá uma luz por favor…
Olá Tiago,
Analisando os teus cálculos, assim como, os procedimentos descritos, eles estão certos. Com isso, é bem provável que essa diferença possa estar relacionada a evaporação durante a fervura.
Por via das dúvidas, o que você poderá fazer é um teste com a mesma panela, ingredientes e tempo para esse priming e medir o quanto de água que irá evaporar, pois assim, você terá uma ideia melhor.
Forte abraço e ótimas cervejas.
Uma duvida.
Como medir a quantidade de cerveja ainda no fermentados??
Como saber a litragem? Qual margem de desconto da levedura sedimentada ??
Valeuu
Se eu fizer a transferência antrs do priming, como garantir uma boa mistura sem correr o risco de afetar no final da minha produção ??
Olá Frederico,
Para esse cálculo você poderá utilizar essa ferramenta: “Calcular o volume do fermentador“. Que com a medida do raio do fermentador e a altura do líquido você conseguirá saber a quantidade em litros que você tem dentro do fermentador.
Forte abraço e ótimas cervejas.
Olá David.
Tenho observado que algumas microcervejarias estão fabricamdo suas cervejas sem pasteurização e realizando a carbonatação na própria garrafa, bem ao estilo home brew. Até ai tudo bem, porém observei que estas cervejas são armazenadas nos pontos de vendas não refrigeradas. Minha dúvida é se estas garrafas não correm o risco de seguir fermentando se não armazenadas em baixa temperatura? Obrigado
Olá Marcelo,
Bom, na verdade esse risco depende… rs.
Porque assim como no nosso caso, se você fizer o procedimento de priming corretamente os riscos de explosão são minimizados – e até mesmo zerados -, o que nesse caso, acredito que a maioria dessas cervejarias tenham tomado tais cuidados.
Claro, essa prática pode acarretar algumas outras questões sensoriais na cerveja, todavia, se o priming foi feito corretamente não haverá problemas de explosão.
Forte abraço e ótimas cervejas.
ola. qual é a temperatura ideal para refermentacao de uma lager? mantém na faixa da fermentacao primária (entre 8-12 graus?)
obg e parabéns pelo blog
Olá Omar,
O ideal é você conduzir a refermentação na faixa de temperatura utilizada na fermentação secundária, o que acaba sendo para as lagers em média a 15-16º C.
Muito obrigado 😀
Forte abraço e ótimas cervejas.
David, parabéns pelo trabalho e obrigado por nos ajudar com nossa produção caseira !!
Tenho 40lt de IPA maturando, fermentou a 21 graus. Og 1.060 e Fg 1.019. Na receita original a Fg tinha que ter baixado pra 1.014.
Considerando uns 38 litros para envase e 4,5gr/lt de açúcar, com sua fórmula cheguei no cálculo de 513ml de água para 171gr de açúcar no priming.
Vou envasar em garrafas de 600ml e por o priming diretamente na garrafa.
Quantos ml de priming coloco em cada garrafa ???
Olá André,
Muito obrigado 🙂
Levando em consideração os 38 litros e os 4,5g/l de açúcar, em cada garrafa de 600 ml você irá colocar:
Quantidade = (Priming de 513 ml * Garrafa de 600 ml) / Quantidade de Cerveja 38000 ml
Quantidade = (513*600)/38000
Quantidade = 307800/38000
Quantidade = 8,1 ml
Ou seja, nesse exemplo, para cada garrafa de 600ml você vai adicionar cerca de 8,1ml de priming.
Forte abraço e ótimas cervejas.
David Show de bola seu blog, acompanho sempre.
Tenho uma questão.
Ontem envasei 15 litros de cerveja APA usei o primming do lamas (uma calda de 190gr) o adicionei direto no balde com a cerveja, detalhe que a cerveja estava a 0 grau.
Quando o adicionei percebi quando fui dar uma mexida que o primming parecia que estava no fundo do balde. Isso ocorreu devido a temperatura que a cerveja estava? Ou pela calda ser muito densa?
Fiquei com medo de não homogeinar muito bem. Então mexi um pouco mais do que se recomenda mas sempre atento para não oxigenar a cerveja.
Posso ter algum problema?
Outra questao engarrafei em garrafas da Heineken. Deixei em um caixote coberto com toalhas para não ter luz sobre elas.
Não tem problema engarrafar nessas garrafas?
Muito obrigado.
Olá Ramiro,
Que bacana, muito obrigado por fazer parte do Condado da Cerveja 😀
Bom, quando usado diretamente no balde o que você pode fazer é esquentar um pouco essa “calda” por banho maria – na embalagem dela mesmo – para que ela fique um pouco mais fluida e homogeneíze com uma maior facilidade.
Ou fazer você mesmo o seu priming, como explicado nesse post, que é super simples e você consegue ter um controle maior dele.
Outro detalhe é quanto a utilização de um balde auxiliar para fazer essa mistura, pois dessa forma se evita misturar as leveduras e proteínas que estavam decantadas no fundo do balde com a cerveja.
O envase nas garrafas de Heineken tomando esses cuidados para não receber luz direta, não tem problema. 🙂
Forte abraço e ótimas cervejas.
Muito interessante o artigo, me tirou muitas dúvidas, mas ainda restou uma.
Como calculamos quanto tempo o primming faz efeito na cerveja? Isso varia de acordo com o estilo ou quantidade de açucar?
Olá Guilherme,
Muito obrigado 😀
Pois é, o tempo para a conclusão da refermentação pode variar bastante, isso por diversos motivos como: qualidade da fermentação, tempo de clarificação a frio, estresse sofrido pela levedura, temperatura de refermentação, homogeneização do priming, entre outros.
Ou seja, assim como a fermentação a refermentação também não tem um tempo finito para ela acontecer.
Forte abraço e ótimas cervejas.
Boa noite David, parabéns pelo artigo. Fiquei com uma dúvida em relação à temperatura no momento do envase. Após baixar a temperatura a 4° para clarificar, deixamos ela voltar para a temperatura ambiente para envasar ? Pois com as garrafas quentes após sanitização com água fervendo estarão muito quentes para receber a cerveja a 4°.
Olá Tiago,
Na verdade, você não precisa esperar a cerveja chegar a temperatura ambiente para efetuar o envase, entretanto, como você faz a sanitização das garrafas dessa forma, você deverá aguardar as garrafas esfriarem até a temperatura ambiente, antes do envase, para não causar um choque térmico nelas.
Forte abraço e ótimas cervejas.
Parabéns, muito instrutivo. Pode me esclarecer uma dúvida? Como posso saber os estilos de cervejas de acordo com a carbonatação? Tipo, cerveja de alta, média e baixa carbonatação (na hora do priming)
Olá Sidney,
Muito obrigado!
Bom, as Diretrizes de Estilos, como a da BJCP, são ótimas fontes para se saber o nível de carbonatação e outras características de determinados estilos de cerveja. 😀
Forte abraço e ótimas cervejas.
Bom, primeiramente meus parabéns pelo artigo. Excelente! Segundo, obrigado por compartilhar!
Bom, eu só fiquei na dúvida com o CO2 residual. Entendi que se minha formula manda eu colocar 5g/litro, devo descontar a quantidade residual. Procede? Essa parte ficou um pouco confusa…
Exemplificando, estimei 5.2g/li de acordo com o estilo e temperatura de fermentação (20°C), porém deveria deduzir 0.83, pois esse número já estaria saturado no meu produto final. Poderia me explicar melhor?
Mais uma vez, muito obrigado!
Olá Ricardo,
Muito obrigado 😀
Bom, na verdade, você irá levar em consideração os valores referente a quantidade de CO2 saturado somente quando você for calcular a quantidade ideal de açúcar para o seu primig, que para tanto, poderá utilizar a seguinte fórmula:
(Volume de CO2 Desejado – CO2 Saturado na Cerveja)/0,286
Onde o resultado desse cálculo será a quantidade ideal de açúcares (em g) por litro de cerveja para o priming.
Forte abraço e ótimas cervejas.
Ótimo artigo, parabéns. No caso do piming no barril de 30L, sabendo que ele trabalha há 3 bar e as garrafas aguentam entre 9 e 12 bar, recomenda-se uma carbonatação menor para evitar explodir o barril ?
Olá Mauricio,
Antes de mais tudo, vale ressaltar que também para a carbonatação por priming é sempre bom observar os níveis de carbonatação adequados para um determinado estilo.
Observe também que dependendo do tipo de garrafa e suas condições não é garantido que elas aguentem essa quantidade de pressão, só para você ter uma ideia, uma garrafa de 600 ml nova e em perfeitas condições aguenta até 8 bar – mas limite de segurança são 4.
Com isso, respeitando o headspace do barril dá sim para conduzir a carbonatação por priming nele tranquilamente.
Forte abraço e ótimas cervejas.
Sinceramente, já li e reli esse texto várias vezes e não consigo chegar numa conclusão. No parágrafo após a tabela de “Quantidade de CO2 saturado na cerveja” vc chega num valor de 0,83 de CO2 dissolvido. Não consigo visualizar isso. Aquele gráfico tb dos estilos não é autoexpplicativo. Me desculpe se estou viajando, mas achei muito difícili entender esses dados. Valeu
Olá Rodolfo,
Deixa eu ver se consigo te explicar melhor esse parágrafo…
A tabela “Quantidade de CO2 Saturado na Cerveja” mostra a quantidade de CO2, que após a fermentação, ainda estará dissolvida na cerveja, isso porque, conforme o aumento da temperatura maior a dissipação do CO2 gerado durante a fermentação, e com isso, menor será a quantidade de CO2 dissolvida no liquido.
Assim, para se chegar no valor referente ao CO2 saturado na cerveja, usa-se essa tabela comparando a temperatura máxima que chegou sua cerveja na fermentação, que no caso do exemplo no post, uma cerveja que fermentou numa temperatura máxima de 22ºC após a fermentação terá uma quantidade aproximada de 0,83 de CO2 dissolvido.
Forte abraço e ótimas cervejas.
Outra dúvida. todas as calculadoras, brewersfriend, morebeer e varias outras usam a última temperatura da cerveja. E você diz no texto que seria a última temperatura da fermentação. Valeu
Exatamente, Rodolfo.
Isso porque quanto maior a temperatura maior será a dissipação do CO2, como expliquei no comentário anterior. 😉
Forte abraço e ótimas cervejas.
Olá David,gostei muito das explicações e gostaria de simular um exemplo meu pra ver se estou correto nos calculos!
estilo Weissbeer alta fermentação 7g/l 30 lts produção total
fermentada a 20º
210 gr de açucar
630ml de agua
digamos que essa mistura deu 650 ml de priming
garrafas de 600 ml
o calculo seria: (650 ml de priming * 600 ml da garrafa) / 30.000 ml (volume total )
390.000/30.000 = 13 ml/ l
7.8 ml por garafa de 600 ml de priming
Só fiquei na duvida com relação a aquele grafico de co2,pois fermentei a 22º e gera 0,83 de volume de co2 e o estilo pede de 3.3 a 4,5 de volume co2,o que ele influencia neste exemplo acima?
Olá Arley,
O seu cálculo está certo, só tenho uma pequena observação a fazer que é quanto ao resultado, isso porque, na verdade o primeiro resultado já será o equivalente necessário de priming por garrafa, ou seja, para cada garrafa de 600 ml você irá utilizar 13 ml de priming, para esse exemplo, não precisando efetuar mais nenhum cálculo.
Já com relação ao valor do CO2 saturado, ele é uma referência para você calcular a quantidade de açúcares necessária para se atingir o volume de CO2 desejado na hora de produzir a sua solução de priming.
Forte abraço e ótimas cervejas.
Olá! Eu vou fazer o envase da minha cerveja e vou maturar nas garrafas. Gostaria de saber se eu posso filtra-la na hora do envase? Colocar um paninho sanitizado na forneirinha do balde fermentador. Vou fazer a carbonatação com açúcar de sache 5g para 600ml. Queria fazer isso pra evitar os resíduos que estão no fundo do balde vão para a garrafa. A cerveja está com uma cor bem bonita, não está turva e os resíduos são poucos. Se eu fizer esse procedimento pode atrapalhar a carbonatação?
Olá Thiago,
Se pode filtrar a cerveja antes do envase, pode sim.
Agora qual o impacto positivo que esse procedimento irá trazer para sua cerveja, é uma questão a se pensar, até porque se a sua preocupação é somente com os resíduos que se acumularam no fundo do balde, o cuidado redobrado na hora de movimentar o balde e fazer uma transferência dessa cerveja para um balde auxiliar antes do envase, já resolvem essa questão 😉
Forte abraço e ótimas cervejas.